Diante de tantos acontecimentos tristes envolvendo as famílias atualmente, nunca é demais recordar o que a doutrina nos ensina sobre os laços que nos unem e como essa compreensão pode fazer a diferença nas relações entre pais e filhos. Aluisio, mais um parceiro do Semear, nos fala sobre isso neste texto.
Aluisio Rocha
Desde que o ser humano veio para a Terra, sentiu a necessidade de conviver em grupo, seja para num primeiro momento caçar, aquecer-se ou sobreviver e, posteriormente, para formar uma família.
A família é o elo da sociedade, pois reúne pessoas que passam a ter uma vida em comum, dividindo responsabilidades e compartilhando momentos de alegria e satisfação.
Como nós vivemos num mundo de provas e expiações estamos sujeitos a nos deparar com pessoas com quem tivemos desentendimentos em outras vivências.
A sabedoria divina faz com que reencarnemos numa família cujos integrantes podem ser espíritos afins ou aqueles com quem precisamos acertar nossas diferenças.
Para o leigo talvez fosse melhor fazer com que os espíritos antipáticos reencarnassem em outra família para não acirrar ainda mais o ódio, o rancor, a mágoa e a vingança existente entre eles, porém temos de nos lembrar do capítulo X do Evangelho Segundo o Espiritismo (E.S.E.): Bem-aventurados os Misericordiosos, quando Jesus nos orienta a nos reconciliarmos com os adversários (Mateus, V: 25-26).
Também do capítulo XII do E.S.E.: Amais os vossos inimigos, que nos ensina a pagar o mal com o bem.
Se renascêssemos numa família diferente, é bem provável que não tivéssemos a chance de reconciliação com os nossos desafetos e assim não nos livraríamos das dívidas contraídas.
A família é a célula mater (mãe) da sociedade porque nos vincula a uma vida em conjunto em que temos de acatar regras e buscar soluções para que haja um convívio salutar.
O lar é o ambiente que acolhe a família, dando todas as condições para o desenvolvimento da fraternidade, da colaboração e do amor.
Muitos pais e mães são criticados pelos filhos que alegam que eles são chatos e que bons são os seus amigos. O que ocorre nesses casos é a ingratidão por parte dos filhos que não têm a mesma experiência de vida que os seus genitores e acham que eles só sabem dar bronca e pegar no pé.
Não se pode generalizar e dizer que todos os amigos dos nossos filhos ajam assim, porém podemos dizer que a maioria dos pais tem intenção de salvaguardar a integridade física e moral de seus filhos.
Os filhos que se tornam ingratos a seus pais esquecem-se daqueles que são órfãos desde pequeninos e que em muitos casos têm de morar num orfanato ou até mesmo nas ruas, ficando, neste último caso, à mercê da sorte e de todo o tipo de tentações, o que poderá comprometer a sua reencarnação.
Não podemos abrir mão de nosso lar em virtude da mesquinhez e ignorância de nossos atos porque se o fizermos com esse intuito a lei de ação e reação (causa e efeito para os espíritas), certamente entrará em vigor e então poderemos amargar uma vida sem família ou até a ingratidão dos nossos filhos, caso tenhamos sido ingratos para com os nossos pais.
Para mantermos o equilíbrio em nosso ambiente domiciliar é de suma importância a prática do Evangelho no Lar.
Rendamos, portanto, graças a Deus pelo lar que nos foi concedido e pela família em que reencarnamos, pois são oportunidades que o Criador nos dá para que vençamos as nossas dificuldades e resgatemos as nossas falhas para que um dia possamos estar num mundo celestial.
Excelente texto que aborda um tema de grande importância. O estudo do evangelho nos auxilia e conduz enquanto encarnados neste mundo de provas e expiações. Agradeço ao Aluisio Rocha pela elaboração deste texto edificante. Aguardo a exposição de outros…