A JUSTIÇA DIVINA EM NOSSAS MÃOS

Acho que todos nós conhecemos essa expressão: “Não meça os outros através da sua régua”. Usamos em algumas circunstâncias de uma justiça implacável quando avaliamos o comportamento alheio. Mas o que nos dá o direito de julgar? A gente entende bem isso nesse texto tão preciso da Glaucia.

GLAUCIA SAVIN

A melhor forma de conhecer a Deus é tentando conhecer a nós mesmos. Somos frutos deste Pai amoroso e carregamos a essência divina dentro de nós, desde o nosso nascimento como espíritos. Deus está em cada um de nós.
Se pretendemos entender a Deus e à Sua Justiça, precisamos entender que Deus, em sua infinita sabedoria colocou em nossas mãos o nosso julgamento. Deus não criou Tribunais Celestes, nem instituiu julgadores infalíveis.
Somos nós quem nos julgamos! Não estou falando de culpa, mas de responsabilidade.
O julgamento de cada um de nós e de nossas ações, boas e más é feito por nós mesmos, quando desencarnamos. Ao olharmos para trás e percebermos as oportunidades que tivemos, iremos nos sentir satisfeitos ou não com o progresso alcançado.Vamos nos julgar de acordo com os nossos próprios valores e sentimentos. É por isto que Jesus já nos advertia, com ênfase, no Evangelho: Não julgueis, para que não sejais julgados. (…) com a medida com que medirdes sereis medidos (Mt 7:1-2)
É isto. Nos julgamos de acordo com os critérios de julgamento que exercemos em relação aos outros, porque esse é o nosso critério, nossa medida, nossa visão de Justiça.
Deus não poderia ser mais justo, porque deixa a cada um de nós a escolha da sua justa medida. E, mais: cada um é seu próprio juiz! Não dá para nem para recorrer de uma decisão destas.
Por isto, todos aqueles que defendem julgamentos implacáveis, devem pensar que esta também é medida que estarão escolhendo para si mesmos.
Ao exercermos o julgamento devemos compreender que não somos iguais. Temos histórias espirituais ricas, mas completamente diferentes. Cada um amadureceu sentimentos e valores diversos em cada uma de suas experiências e é por isso que vivemos em sociedade: para trocá-las e nos enriquecermos com as diferenças entre nós.
Neste momento, entra em cena a empatia. Quem consegue se colocar no outro ao invés de julgar, conquista a capacidade de se compreender nas diversas fases da existência imortal e percebe que o progresso espiritual, como nos explica a benfeitora Joanna De Angelis, é mais lento no início, quando estamos conquistando a nossa consciência e se acelera na medida em que passamos a adquirir valores mais estáveis e nobres.
Nossa compreensão dos outros torna mais fácil o julgamento sobre nós. Passamos a nos ver nas outras pessoas, como seres igualmente desafiados pelas nossas imperfeições. Nos sentimos solidários aos desafios dos outros e, ao mesmo tempo, enxergamos com mais clareza as nossas próprias imperfeições.
Vamos, lentamente, parando de julgar e, neste instante, sentimos que o Amor deve ser mais forte do que a Justiça.

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