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A JUSTIÇA INEXÓRAVEL

Abrimos nossa newsletter desse mês com um convidado. Richard Simonetti nos propõe uma reflexão sobre como estamos nos entendendo com nossa consciência em relação a forma como estamos vivendo.

“O homem sofre sempre a consequência de suas faltas; não há uma só infração à Lei de Deus que fique sem a correspondente punição.” (Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 27, item 21.).

A afirmativa de que podemos enganar a justiça humana, mas jamais escaparemos à Divina Justiça, é uma realidade demonstrada pelo intercâmbio com o Além, quando nos deparamos com Espíritos atormentados pelo comprometimento em deslizes morais durante a existência física.

Perante os tribunais celestes responderemos por nossas ações inexoravelmente.

Há na Terra, com frequência talvez maior do que possamos imaginar o crime perfeito.

Nem mesmo se cogita da ocorrência de um delito.

E é absurdo o número de crimes impunes. Segundo estatística, no Brasil apenas oito por cento dos assassinatos são resolvidos, com os criminosos condenados.

Isso sem falar da impunidade em estelionatos, sequestros, corrupção, furtos, roubos e toda a sorte de contravenções a assolar a população, como numa epidemia de criminalidade, atingindo até políticos que representam a população e policiais que devem defendê-la.

Cedo ou tarde, porém, no Além ou em existência futura, inexoravelmente, quem de alguma forma lesou o próximo pagará por seus desatinos, em tormentosas expiações.

Noutro dia perguntaram-me:

– Como funciona a Lei Divina?

Há um oficial de justiça celeste ao lado de cada pessoa, como um guarda de trânsito de talão de ocorrências à mão, registrando infrações que se acumulam ao longo da vida para o julgamento infalível, pós-morte?

Algumas anotações que faria sobre um infrator:

Pronunciou 4.598 palavrões.

Amaldiçoou 13.294 vezes seus desafetos, com o tradicional vá para o diabo que o carregue.

Estacionou indevidamente 2.343 vezes seu carro em local proibido, não raro em vagas para idoso e deficiente físico.

Comprou 1.392 produtos piratas, sabendo de sua procedência ilegal.

Em 423 vezes violou a lei do silêncio com sons muito acima do razoável, perturbando ouvidos alheios.

Mentiu 1.123.492 vezes, a pretexto de promover-se, reduzir a idade, sonegar impostos, fugir à responsabilidade, evitar alguém, justificar um atraso, não pagar uma dívida, resolver uma pendência, fofocar…

Se a Justiça Divina funcionasse assim, teríamos uma monstruosa burocracia, que a inviabilizaria.

Não há nenhum representante de celeste tribunal, anotando nem mesmo as infrações mais graves, como roubo, adultério, assassinato, estelionato…

É tudo registrado pela nossa consciência, um prodigioso computador, milhões de vezes mais eficientes do que o mais possante servidor nas redes de informática, estabelecendo o clima psíquico que respiramos.

Jesus dizia que o Reino de Deus está dentro de nós.

O inferno também, dependendo do montante de nossos pensamentos e ações, de tal forma, que somos premiados ou castigados, com a alegria ou a tristeza, o bem-estar ou a depressão, a saúde ou a doença, que exprimem nossos estados íntimos, condicionados ao nosso comportamento.

Jesus dizia (João, 4;34): “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou.”.

Para construir o Reino de Deus em nós, o estado íntimo de felicidade e paz, é imperioso que nos nutramos de alimentos saudáveis: respeito às Leis Divinas, fidelidade à consciência, esforço no bem.

Quem negligencia tais princípios não tem acesso à serenidade e ao equilíbrio que os habilitam à felicidade.

Pessoas preocupadas com o peso corporal e propensão para a obesidade consultam diariamente a balança, avaliando o montante de gramas acrescentados ou reduzidos, no empenho de afinar a silhueta.

Deveríamos consultar diariamente o peso de nossa alma, na balança da reflexão.

Sentimo-nos em paz, saudáveis, espiritualmente enxutos?

Ótimo, estamos observando o regime de Jesus.

Sentimo-nos deprimidos, tristes, desanimados, enfermos…

Cuidado! É preciso maneirar, a ver se não estamos nos comprometendo em pequenos e grandes deslizes, que nos desajustam, acrescentando arrobas de infelicidade à nossa alma.

Richard Simonetti

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