Muita gente ainda encara a doutrina espírita como uma seita ou religião. Tá certo que aquele estigma de que era um culto de “falar com os mortos” ficou para trás. Mas a ligação estreita entre o espiritismo, a ciência e a religião ainda não é muito bem compreendida. Nesse artigo, o Norberto nos esclarece um pouco mais a respeito.
O que é Ciência?
Ciência (do latim scientia, traduzido por “conhecimento”) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas.
O que é Religião?
Religião (do latim Relegere, ligação; por extensão ligação com a Divindade) – Crença no sobrenatural e nas histórias sagradas.
O que é Espiritismo?
O Espiritismo é uma Ciência que trata da origem e do destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corpóreo.
Dentro das definições acima, podemos considerar que quem pratica Ciência é chamado de cientista, e quem pratica o Espiritismo é chamado de espírita. Por outro lado todo aquele que crê em algo além da matéria é considerado religioso.
E por que há um confronto entre os cientistas acadêmicos, tanto teóricos como os experimentais versus os religiosos; nos quais se enquadram os espíritas que também são cientistas experimentais natos; uma vez que estudam e praticam atividades espíritas?
A meu ver, o confronto é por causa do componente dogmático e milagreiro das Religiões, para explicar determinados fenômenos, acrescido de que a Ciência se fundamenta na filosofia e pesquisa, e a Religião na filosofia e dogmas.
Os primeiros cientistas acadêmicos eram os descrentes das imposições dogmáticas e milagrosas das Religiões, que, por não aceitarem as explicações dos religiosos, iam à busca de outras respostas para determinados fenômenos, tidos como milagres, e foram se afastando dos religiosos.
Dentro da mesma tônica, os primeiros espíritas foram indivíduos que vivenciaram os fenômenos espirituais e foram pesquisar as suas causas, e aí encontraram a auto revelação dos próprios Espíritos e suas relações com o mundo corpóreo. Mas os espíritas também são desacreditados pelos religiosos de outras seitas.
A ligação das criaturas com o seu Criador é aceita pelo espiritismo, e negada pela ciência acadêmica, desta forma os espíritas aceitam as religiões como forma da união das criaturas com o seu Criador, vendo-O como a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; O responsável pela criação das leis naturais e morais e, não como um ente ora vingativo ora protetor.
Como o Espiritismo, ao fundamentar suas teorias, o faz sobre o tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, tem mais base de argumentação, e melhor compreensão do Cristianismo, pois os cientistas não dispõem de todo ferramental técnico para reproduzir e comprovar os fenômenos enquadrados nas Leis naturais. Não nos esqueçamos de que Jesus disse que não veio derrogar a lei, e sim fazer cumpri-la.
A Parapsicologia, sendo um ramo da Ciência, já aceita alguns fenômenos espirituais, como a telepatia (comunicação direta entre duas mentes) e a materialização (criação de objetos a partir de partículas livres – o ectoplasma), fenômenos estes, diariamente presente nas casas espíritas.
À medida que os cientistas desenvolverem novos mecanismos para lerem as ondas que nos cercam, mais rápido chegarão a compreender o Espírito como uma das forças da Natureza, e o poder da sua ação mental, que influencia outras mentes e atua sobre a matéria, com a ação das ondas pensamento.
A ciência acadêmica, e suas criações, aceleram o progresso, prolongam nossa vida como encarnados, em suma nos dão conforto, mas isso tudo não basta, pois o bom uso de tudo o que dispomos dependerá do nosso desenvolvimento moral, nos trazido pelo Cristo através das suas bem aventuranças. E as revelações do Espiritismo nos dão ferramentas para melhor entender e praticar a moral cristã.
Dia há de chegar, em que todos andarão numa mesma direção, para acelerarmos o nosso conhecimento, a fim de atender ao bem comum. Essa será a prática da verdadeira caridade.
Norberto Gaviolle