Seguindo com a Série Psicológica, Irene dessa vez nos fala sobre o medo da morte. Tantos ainda sentem medo, não é mesmo? O esclarecimento que o espiritismo nos traz nos prepara para essa experiência.
Dando continuidade à nossa série vamos falar sobre o medo da morte.
Talvez o fato mais assustador, mais carregado de emoções e difícil que a vida nos leva a assumir, é a morte. É terrível que o assunto da morte seja um tabu na nossa sociedade. A omissão de discutir – mesmo que somente para reconhecer – aumenta o medo que temos dela e a nossa incerteza em como abordá-la.
Sentimos medo da morte porque ele resulta de nosso passado atávico, das religiões castradoras e temerárias e dos cultos bárbaros vividos em existências passadas que ficam registradas na memória do Espírito. Imagens mitológicas que foram levando as sociedades às impressões do temor, das punições eternas, da culpa das consciências, de situações e horrores gravados que o ser humano não tem condições de digerir.
Apesar da relutância de todos em discutir a morte, a Dra. Elizabeth Kluber-Ros, uma das maiores autoridades no assunto, nos fala que tanto adultos como crianças sentem instintivamente quando a morte está perto. Ela pôde observar que com frequência as pessoas não se deixam morrer, continuando a lutar, porque há uma pessoa querida ou mesmo a equipe que provém os seus cuidados, não aceitando que ela morra.
No entanto, podemos constatar que desde o momento da concepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte biológica. Nesse processo de transformações incessantes, chega o momento da parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente natural. Não é a primeira vez que ocorre a morte do corpo na evolução do ser, o espírito já vivenciou esta experiência, portanto, não é desconhecido para ele este fenômeno.
Como coloca Joana de Angelis, no livro O Ser consciente. “O simples ato de dormir, quando se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico”. O medo da morte decorre da ignorância da realidade espiritual e do apego ao transitório físico.
Um aprofundamento mental demonstra que a morte não dói, não apavora, mas o estado psicológico de cada um, em relação à mesma, transfere as impressões íntimas para o exterior, dando curso às manifestações de pavor.
Quando temos hábitos saudáveis, pensamentos corretos e conversas edificantes vão surgindo em nós valores emocionais que permitem o nosso amadurecimento espiritual e, quando chegar o momento da nossa transição ou de entes queridos vamos compreendendo que é um momento de libertação e é perfeitamente natural, tendo-se em vista que o corpo é fenômeno e este passa, permanecendo a causa que é o espírito.
Irene Wenzel Gaviolle