Dias difíceis fazem com que percamos a esperança de realizar objetivos, de pensar no futuro, assim como a passagem do tempo, a idade que vai avançando, a perda de pessoas importantes em nossas vidas, o trabalho com o qual já não se identifica mais. Todo este processo, de alguma forma, enfraquece a esperança, que em outros tempos era mais viva dentro nós, ou nos achávamos mais capacitados para enfrentar nossos desafios.
Mas a esperança, sozinha, se perde mesmo. É importante avaliarmos se nossa vontade, esforços, dedicação estão direcionados a construir o que se quer de fato que aconteça, ou desanimamos progressivamente.
A Esperança é uma construção, realizada por nós. A cada dia pode ser melhor, como deve e merece ser revista e questionada: Onde estou alocando minha esperança? Em quais propósitos? A construção que estou fazendo é saudável e sustentável para meu presente, dias atuais, ou estou colocando nas mãos de terceiros?
A construção é individual; outros podem fazer parte, mas não colocamos o peso de responsabilidade apenas no externo. É necessária a nossa avaliação, o comprometimento com nossos propósitos, investimento próprio.
Outro dia estava conversando com uma pessoa que relatava que tinha perdido pelo luto o namorado de muito anos, a quem amava muito; estava sofrendo com a ausência, mas decidiu que não iria tentar fugir da situação se jogando e se enchendo de trabalho profissional. A pessoa decidiu, sim, pensar nela, cuidar de si, fazer o que é bom e o que gosta. Isso não é egoísmo, mas sim construir a esperança, fortalecer-se para hoje, apesar do sofrimento e da saudade, e colher dias mais saudáveis. Existem processos construtivos em nós que são mais solitários, mas nunca estaremos sós, porque contamos com a espiritualidade que não nos abandona; ela também segue confiante.
A perda pode trazer o medo, mas quando abrimos nosso coração com a confiança maior de que nada está perdido, um ciclo se encerra. Neste momento, também, nossas responsabilidade se encerram. Com coragem seguimos em busca de novas empreitadas; e surgem se estivermos com a fé e a esperança dentro de nós.
A avaliação é nossa, como diz Joanna de Angelis “A coragem nasce da fé que sabe o que deseja e se empenha para consegui-lo. Enfrenta os obstáculos sem enfraquecer-se e resiste ao tempo sem perder o valor.”
Então, vamos apreciar nosso tempo, construindo novas pontes que nos levarão a novos horizontes, em outros dias nem imaginávamos. A vida é uma constante renovação, e deixar-se renovar faz parte do crescimento individual. Então trabalhemos para isso.
ANDREA REJANE DOS SANTOS