Como você cuidou do seu jardim neste ano que está quase no fim? Quais as pessoas que lhe ajudaram nas situações difíceis e qual será a sua colheita no próximo ano? Luciana reflete sobre isso e nos mostra que todos vivemos algumas situações bem parecidas…
Fim de ano. Como passou rápido. Para muitos o ano termina sem que as metas sequer tenham sido definidas, quanto mais cumpridas. Entretanto, mais que tentar correr atrás do prejuízo, é momento para refletir sobre o ciclo que se encerra e no que queremos para o próximo ano.
Ao ano que se encerra podemos vincular a palavra “crise”. Foi a palavra mais lida e dita nos meios de comunicação. E para muitos a crise se traduziu na sensação de estar submerso, sem conseguir chegar à superfície, que ainda está presente. Uma constante falta de ar, como se fossemos tragados pelas profundezas do mar e só de quando em quando conseguindo emergir e tomar folego. Presos no fundo do mar, percebendo a superfície logo ali e a procura de uma boia ou um braço amigo para nos ajudar a voltar para a superfície.
Para outros melhor tradução seria uma sensação de pisar em um solo pantanoso, em que cada passo é um esforço extremo e quase impossível, atolados em um caminho que não se vê bem e que parece puxar para baixo, perdidos em um lugar escuro e penoso à procura de uma corda para nos tirar dali, ou um rasgo de Sol, para clarear a estrada e espantar as sombras que espreitam por traz de cada árvore. Ou simplesmente acordar e achar que tudo não passou de um pesadelo – como seria bom se isso tivesse acontecido!
Se você está lendo esse texto, imagino que o pior já tenha passado. Ainda que possam existir resquícios ou que a crise ainda não tenha sido superada em sua totalidade, é bastante provável que uma luz no fim do túnel já tenha surgido.
A reflexão que se impõe, então, é tentar traduzir e identificar, sem mais utilizar metáforas, quem e quais foram as luzes que estiveram com você ao longo do ano e que permitiram um momento mais sereno, trouxeram alguma paz ou simplesmente jogaram a boia necessária para ser possível continuar nadando.
A corda da salvação pode ter sido lançada por um amigo ou familiar. De repente, o ombro amigo foi de Jesus, ou uma coincidência enviada por Deus. Um livro de Kardec, um ensinamento de Joana de Angelis. O convite aqui é simplesmente percorrer o ano e identificar o que te fez bem e, se possível, como e se a doutrina foi capaz de ajudar.
Uma leitura edificante? A descoberta de um novo autor? Separar uma horinha na semana para vir à casa espírita e tomar um passe? As leituras do Evangelho no Lar?
A crise, que pode ser definida simplesmente como um período de desordem, é intrínseca à natureza humana. Pense em todos os que você conhece e perceba que todos, sem exceção, já tiveram ou passaram por uma crise, em algum nível. Ela é tão presente em nossas vidas como ar que respiramos. Conhecer, reconhecer e identificar os instrumentos que ajudam a organizar o desorganizado é essencial para “sairmos” melhores do que “entramos”.
Ter consciência do que nos fez – e faz – bem é uma das principais formas para transformar o mau e mal em bom e bem, assim, com essa ferramenta, poderemos cultivar melhor nossos pensamentos, e tal como a flor de lótus, poderemos crescer, florir e iluminar tudo ao nosso redor, fazendo do pântano escuro um local de encantamento e beleza.
Boas reflexões, e que o seu jardim, no próximo ano, seja aquele que você buscou e plantou.
Luciana Esteves