Um verso do poeta Montaigne, nascido na França, no século de VXI “ Esquece o futuro….ele não te pertence” …Nós espiritas sabemos que não é assim. Como nos dias atuais, estamos construindo nosso futuro? Regina construiu seu texto a partir daí.
Li esse verso, escrito por um poeta francês no século XVI em algum lugar quando estava fazendo uma pesquisa pra falar sobre a fé.
E no meio dessa reflexão sobre fé, em meados de agosto, estávamos como ainda estamos, no Brasil, refletindo sobre temas bastante importantes que podem, ou deveriam poder mudar o nosso rumo como nação.
Espíritas que somos, temos a certeza de sermos donos de nosso futuro. Futuro esse que é só a continuidade de um processo.
Outra fase de uma longa caminhada.
A execução de planos que foram traçados, mas que podem ser mudados por conta de nosso livre arbítrio. Podemos fazer melhor ou na pior das hipóteses, nos enganar e atrasar um pouco a nossa chegada.
No século VI muitas outras questões provavelmente angustiavam o ser humano a ponto de o poeta pregar o imediatismo através de um verso.
Falta de perspectiva? Medo da morte? Afinal de contas o que era morrer?
Então vamos trazer essa reflexão para os dias atuais.
Somos tomados pela falta de perspectiva algumas vezes? Sim! Muitas até! O que nos socorre nessas horas?
Sem dúvida, a nossa fé!
A fé humana e a fé divina.
Fé em nós. Na nossa capacidade de agir e transformar. Fé em nossos companheiros de jornada. Afinal estamos juntos nessa caminhada. Se eu posso, meu irmão também. Se nos aliarmos, seremos mais fortes.
E acima de tudo a fé em Deus. Deus pai, bondoso e justo. Que nos deu o livre arbítrio, mas que apesar do risco que isso significa não nos desampara nunca.
E o que isso tudo tem a ver com os dias atuais?
Tem tudo. Tem a vantagem de saber.
O conhecimento de que hoje, em pleno século XXI, somos mais esclarecidos que no século XVI.
Kardec codificou a doutrina no século XIX. Trouxe-nos o conhecimento de nossas imortalidade e através do Evangelho Segundo o Espiritismo, deixa muito claro o que Jesus veio nos dizer com o seu exemplo: a necessidade de sermos sempre melhores. Como isso vai nos conduzir em nossa caminhada e o quanto que esse Deus que ele nos revelou, está sempre do nosso lado.
Em dias como os atuais, a fé em Deus nos equilibra e nos impulsiona.
O compromisso de sermos melhores moralmente nos traz de volta a razão a todo instante.
Quando parece que de repente, num clic, ficou tão claro a falta de moralidade, o pouco caso com as instituições e principalmente a banalização do bem estar do ser humano, precisamos ao invés de nos revoltar contra tudo, refletir em como nós, em nossa individualidade, vamos mudar esse estado de coisas.
Não cabe mais aquela velha máxima: “Ah! Mas é todo mundo assim! O que eu sozinho posso fazer?”.
Não minha gente! Somos únicos em nós. Somos fortes!
Lembra-se da fé humana? Temos sim o poder de transformar e quando nos unimos então…
É esse o sentimento que deve nortear os nossos passos a partir de agora.
Cada um fazer a sua parte. Juntos fazermos mais. Pautar a nossa vida pela ética e a moralidade.
Alguns até podem achar meio esdrúxulo falar de ética quando temos um povo tão carente de educação, mas não é não.
Traduz em miúdos, ou melhor, volte-se novamente para os ensinamentos de Jesus: Fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem.
Já será um ótimo começo!
Regina Fagnoli