Como anda e por onde caminha a nossa fé? Em que as pessoas preferem acreditar em face a tudo o que está acontecendo? O Norberto escreve sobre isso e de uma forma bastante lógica chega a mesma conclusão que muitos já chegaram…
Muitos de nós ao vermos a atual situação do país, e outros acontecimentos pelo mundo, muitas vezes ficamos descrentes no dia de amanhã; perdemos a fé! (Fé, do Latin fide, por extensão fidelidade, vibrar em harmonia).
Aqui, bem junto a nós, vemos nos noticiários os desmandos dos governantes, líderes da corrupção, que pouco se importam em adotar políticas públicas para melhorar a saúde, a educação e a renda da população pelo incremento da produção e não pelo assistencialismo.
Por falar em corrupção, ficamos estarrecidos com os valores apresentados nas diversas ações da Polícia Federal mas, esquecemos que, ao tomarmos um simples cafezinho ou comprarmos qualquer objeto sem nota fiscal, também estamos sendo corruptos; mas achamos que isso não importa face às grandes roubalheiras.
Quanto às agressões físicas e ideológicas, vemos a guerra entre os traficantes e atentados suicidas em diversos países, mesmo naqueles tidos como desenvolvidos.
Diante de tudo isto, onde devo depositar a minha fé para que as coisas melhorem?
Cada um deve ter fé em si mesmo, em fazer ao próximo aquilo que gostaria que fizessem para si, como enfatizou Jesus, e, esta” auto fé” envolverá outros indivíduos imbuídos deste mesmo ideal moral.
Vou contar um fato recente acontecido comigo, relativo a este envolvimento da fé.
No último feriado prolongado, viajando de carro para o litoral norte na 5a feira a noite, por volta da 1h30, parei no primeiro restaurante da rodovia dos Tamoios, o Vaca Preta, para ir ao sanitário e, como era de se esperar, numa véspera de feriado, havia muita gente ali.
Ao sair do sanitário retornei para o meu carro e prossegui viagem para desfrutar o feriadão, mas, no domingo pela manhã, ao procurar minha carteira, não a encontrei. Fiz um retrospecto dos acontecimentos e conclui que a carteira havia sido perdida na minha parada no Restaurante Vaca Preta.
Automaticamente pensei, se eu tivesse achado uma carteira eu a devolveria para o dono, e em seguida telefonei para o Vaca Preta relatando ao gerente, a provável perda da minha carteira naquele estabelecimento. Após ouvir o meu relato, ele pediu para que eu confirmasse o meu nome e, em seguida, me informou que a carteira se encontrava com ele, pois um cliente a havia achado e lhe entregou, estando ela a minha disposição. Combinamos que eu a pegaria a noite ao retornar para São Paulo.
Para minha surpresa, depois de ter recuperado a carteira, constatei que todos os documentos, cartões de crédito e dinheiro estavam lá, sem nenhuma falta.
Agradeci a gentileza do gerente, e comentei sobre a integridade, não só dele, mas também daquele cliente anônimo, que praticou este ato nobre.
Alguns dos leitores poderão questionar o que teve a ver o achado da carteira com o envolvimento da fé, uma vez que ela foi encontrada naquela madrugada e eu só pensei nela no domingo?
A minha resposta, baseada nas citações, sobre o magnetismo, nos livros de Kardec, é que a minha carteira está impregnada com o meu magnetismo, e quem a achou, também tem um magnetismo pessoal, vibrando na mesma frequência do meu, por isso, a junção destas duas vibrações ao reverberarem na mesma frequência, fez com que ele, e somente ele, a achasse com o intuito de devolvê-la.
Se cada um de nós fizermos as coisas para o bem maior, e tivermos fé neste propósito, ampliaremos a rede de pensamentos morais, ao nos contatarmos com os que pensam e agem como nós, pois os semelhantes se atraem por vibrarem na mesma onda pensamento.
Mudança rápida? Fácil? Não.
Mas certos de que as atitudes morais individuais conseguem lentamente promover a mudança no coletivo. Em palavras bem simples, a tão falada e pouco vivenciada, “corrente do bem”!
Norberto Gaviolle
