A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO, MAS COMEÇA AQUI

Neste planeta de expiação e provas em que vivemos, muitos acreditam que realmente a felicidade não é deste mundo. As religiões antigas nos deixaram de herança a ideia de que o “sofrimento liberta”. Mas será que precisa ser mesmo assim? Glaucia nos fala que não.

Todos já ouvimos que a felicidade não é uma condição dos mundos de expiação e provas, como a Terra. E, de fato, não é mesmo, em razão da situação moral e mental de cada um de nós, – espíritos que a habitamos.

Mas isto não deve nos deixar acomodados. Não podemos pensar que estamos aqui mesmo e que, por isto não podemos ou não merecemos experimentar a felicidade.

Ao nos distanciarmos do ideal de felicidade, por considerá-lo como algo inatingível, imerecido ou distante de nós, estamos nos conformando com um destino infeliz. Não é isto que a Doutrina nos ensina em relação à evolução do espírito imortal.

Herdamos das religiões tradicionais uma espécie de valorização do sofrimento. Aprendemos no passado que o “sofrimento liberta”. Isto gerou até mesmo uma certa (e equivocada) valorização da dor como algo positivo.

A verdade é a de que o sofrimento pode ser um instrumento para o nosso aperfeiçoamento, mas ele, em si mesmo, não promove mudança. Não adianta sofrer sem aprendizado porque daí o sofrimento não acaba. Ele só funciona quando é aquele cutucão que nos faz sair da zona de conforto e tomar vergonha na cara. Mas sofrer por sofrer, só traz mais dor.

Joanna de Angelis, no livro Encontro com a Paz e a Saúde, nos sugere, diante da dor ou do sofrimento, substituir o conformismo pela resignação ativa. A compreensão ativa implica no reconhecimento da dor como um obstáculo ou uma lição a ser enfrentada. Temos que entender o que a vida está tentando nos ensinar. Ao vencermos o desafio, experimentamos a alegria da vitória sobre nós mesmos.

Outra condição que nos enche o coração de alegria é a prática do bem. Nada é mais recompensador do que o bem.

Ao experimentarmos a felicidade verdadeira que é aquela que advém das nossas conquistas mais íntimas e, portanto, não fugaz, começamos a construir no nosso universo mental as bases da felicidade duradoura.

Joanna, desta vez, em O Despertar do Espírito, nos fala do “sentido ético da existência” que nos acompanha desde o primeiro momento da nossa criação. No momento em que passamos a viver sob os valores da ética do espírito e não mais conduzidos unicamente pela matéria, impulsionamos nosso processo de amadurecimento e encontramos a verdadeira felicidade.

Aprendemos, também, que o espírito se demora mais nos degraus inferiores, mas quando adquire a consciência das suas responsabilidades, a evolução ganha impulso. Os momentos de felicidade se multiplicam pela satisfação consigo mesmo e um novo mundo se abre para cada um de nós, aqui mesmo nesta existência.

A felicidade deve ser buscada a cada momento, em cada atitude e não pode ser vista como um objetivo distante. Ela está dentro de cada um de nós e, por isto mesmo, está mais próxima do que poderíamos supor.

Não podemos postergar a busca da felicidade para a próxima encarnação. Ela deve nos acompanhar no dia-a-dia, por meio das atitudes éticas e do nosso comprometimento com a nossa evolução. Se não começarmos agora, estaremos adiando o encontro conosco mesmos e com o potencial de alegria com que podemos encher as nossas vidas.

A felicidade pode não ser a condição deste mundo, mas, certamente, ela começa aqui.

Glaucia Savin

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