Não deixem de ler nossas dicas de leitura!
Claro que tem também o que a gente não recomenda. Tem muita literatura sobre a doutrina, a gente sabe disso. Mas nem tudo é legal. Amilton e Gláucia, profundos conhecedores de Kardec, sabem sempre o que de tem de bom por aí que merecido ser lido.
O livro condensa, em um romance bem estruturado, as experiências diversas vividas pelo espírito Nora, por décadas em trabalho em diversas casas espíritas, em diversas atividades. Inspirando-se em vários casos aos quais presenciou, Nora dita um romance ficção, tendo em cada personagem um apanhado de características que são encontradas de forma rotineira nos trabalhos de todas as casas espíritas. Com a sua experiência ela resume em cada personagem, as personalidades de vários trabalhadores, em muitas vezes podemos ver claramente características que identificamos em conhecidos e em nós mesmos. Trata-se de uma obra de suma importância que deveria ser divulgada para todos os que frequentam as casas espíritas como trabalhadores, mais ainda para aqueles que exercem cargos de direção tanto de trabalhos quanto da própria casa. Fundamental para se entender e por consequência, se prevenir das infiltrações, desvios e influencias de obsessores ou de espíritos perversos que tentam desestabilizar o andamento da casa, bem como desviar os trabalhadores envolvidos do caminho do bem. A obra narra como um grupo de espíritos obsessores planeja e leva a cabo um trabalho de infiltração, desestabilização e ataque à uma casa espírita, utilizando-se principalmente do que temos de mais vulnerável, nosso ego, jogando com a vaidade, o orgulho e a inveja que sempre estão presentes, em maior ou menor grau em todos nós. Em forma de uma narrativa ágil e envolvente, o espírito Nora conta como o ataque é levado a cabo, de forma minuciosa, atacando os médiuns da casa, insuflando pouco a pouco a vaidade daqueles suscetíveis a isso, em outros estimulando a sensualidade e a cupidez, em outros atiçando a inveja e a maledicência, assim aos poucos vão semeando a discórdia, estimulando a cizânia, de forma a dividir e enfraquecer a casa, estimulando os médiuns a saírem e voltarem-se para outros afazeres fora da casa espírita, insuflando vaidades e fazendo se passarem por conselheiros amorosos e sinceros. É um livro altamente proveitoso, e tem a vantagem de ser um romance envolvente e empolgante, do tipo que se lê “de uma sentada só”, que prende a atenção do leitor do início ao fim. Amilton Maciel | A análise de romances é sempre complicada e exige atenção redobrada. No meio de uma narrativa envolvente, vez por outra, nos deparamos com “surpresas” e “pegadinhas” doutrinárias. Em sua obra anterior, Ícaro Redimido, o espírito de Adamastor descreveu a recuperação de Santos Dumont após suicídio. Agora, neste livro, narra suas próprias experiências de vida e por meio de descrições fortes e comoventes, defende um conceito estranho ao Kardecismo e defendido pelos Roustainguistas: a queda do espírito. O livro sugere a existência de anjos caídos, ou seja, espíritos criados perfeitos e que, por suas escolhas equivocadas, se sentem atraídos pelo mal. Perguntamos: que anjo (ou espírito perfeito) seria este que se entorpece? Deus teria criado seres defeituosos ou ele seria injusto criando seres diferenciados? Para o leitor desavisado ou pouco atento, a ideia pode passar despercebida. Porém, tratamos de um conceito caro à doutrina dos espíritos: a de que todos somos criados simples e ignorantes, porém, destinados à perfeição. A ideia de espíritos criados mais aquinhoados moralmente e que decaem contraria a crença na evolução do espírito, além de criar duas classes de seres: aqueles que nunca erraram, os dóceis e perfeitos, na concepção de Roustaing e aqueles que, como todos nós, enfrentam os desafios da evolução, errando e acertando, na jornada que deve nos conduzir à perfeição. Aqueles que se filiam à Kardec, aprenderam a compreender a evolução moral como uma conquista perene do espírito. O livre-arbítrio caminha, lado a lado, com a compreensão e a consciência do espírito, justificando a aplicação da Lei de Causa e Efeito. Aqueles que compreendem os mecanismos sábios que norteiam a Justiça Divina não deverão se deixar enganar. Glaucia Savin |