Rafaella é uma das jovens que fazem parte do Departamento da Mocidade de Guarulhos que tivemos o prazer de conhecer em 2018. Uma entre muitos jovens que buscam seu espaço dentro do movimento espírita. Ela nos fala do seu bonito trabalho e nos propõe um desafio neste texto. Vale muito a pena parar para ouvir, aqui no caso ler, o que essa moçada tem a dizer.
Rafaella Vieira
O que eu aprendi com o movimento jovem espírita?
Aprendi que ser jovem não é questão de idade. Sua juventude não está no ano que você nasceu no RG. Ser jovem é estado de espírito. Juventude é força, mas também é impaciência às vezes.
É responsabilidade, ao contrário do que muitos pensam. É intensidade, é calor. O jovem quer viver tudo, mesmo sabendo que ainda tem muito pra viver. Quer conhecer o novo, tem curiosidade, tem sede. Todos os anos diversos eventos espíritas acontecem. Cada um é único e inigualável.
Às vezes temos 100, às vezes 500, às vezes temos 1000 jovens reunidos em um só pensamento. Tantas dúvidas, tantas incertezas, angústias, preces feitas baixinho, tantos sorrisos e olhares.
Só dá certo quando é feito de uma alma jovem pra outra alma jovem.
Às vezes a gente cresce e esquece como é ser jovem. Afinal, carregar o peso do mundo adulto é muito pra se lembrar como era ter aquelas incertezas. “Eu sou adulto, não tenho mais tempo pra bobagens de adolescentes”. Será?
Um desses vários eventos é a COMEGA, a Confraternização das mocidades espíritas de Guarulhos e Arujá, que completou 18 anos de existência com o tema “Despertar: São chegados os tempos”, pra falar sobre a chegada da vida adulta e as transições que enfrentamos ao longo da vida.
Todo o estudo foi voltado pra temas jovens relacionados ao espiritismo. A emoção podia ser vista nos olhos de cada um, a energia era tão viva que quase tinha uma cor própria. Abraços que praticamente falavam. Nem todos ali tinham seus 15 anos, mas tinham a alma eternamente tocada pela juventude espírita. Tinham a empatia de entender que cada problema que enfrentamos nessa vida é único. Dar aos mais novos a base que tivemos. Aos que passaram a juventude dento do movimento jovem, uma gratidão infinita por ter tido uma base espiritual nessa fase tão difícil. Aos que chegaram já na vida adulta, aquele sentimento de “dar ao outro o que eu não tive”.
Fazer tudo isso às vezes demanda tempo, esforço físico, esforço mental, mas tudo isso é recompensado quando você vê lágrimas nos olhos de alguém que você nem conhece, e quando essa mesma pessoa vem te agradecer por você ter lhe uma chance de se ligar com a espiritualidade. E saber que aquele jovem irá trazer outro jovem, pescar outras almas pra se ligar aquela mesma energia.
Eu te desafio a tentar se reconectar com essa energia jovem, a tentar lembrar como era ter essa sensação maravilhosa e leve. Incentive todos os adolescentes espíritas que você conhece a frequentarem uma mocidade, isso pode mudar vidas.
Se incentive a buscar aquele ânimo e aquela sede por conhecer coisas novas. Sentir novamente que você pode mudar o mundo. E você pode. Através das pessoas que você conhece e incentiva. Esse é o sentimento que faz o movimento girar. Seja jovem, mesmo que só na alma.
