O ANALFABETISMO AFETIVO

O ser humano anda “acuado” pelos próprios sentimentos, com medo de verbaliza-los e demonstrar fraqueza. As instituições, em especial as casas espíritas podem promover atividades que incentivem as pessoas a lidar melhor com isso? A Irene nos diz que sim!

O analfabetismo afetivo é muito maior que o intelectual sendo necessário um movimento de alfabetização emocional na Humanidade. (Wanderley de Oliveira)

Ao ler esta frase fiquei imaginando que realmente é o que vivemos no momento. Temos sempre a preocupação do conhecimento, da busca do intelectual e muito pouco se fala do emocional.

As nossas instituições não focam em seus métodos de ensino um espaço em que o indivíduo possa falar sobre sentimentos, em uma comunicação franca e espontânea. Um intercâmbio de experiências faz com que os seres cresçam com as trocas e vivências, o que acaba promovendo em cada um a sua iluminação interior.

Seja no trabalho, seja na casa Espírita, seja dentro da própria família, se percebe que não há espaço para falar do que sentimos, como sentimos, e desta forma vamos vivendo sozinhos e angustiados.

Na nossa vida profissional podemos ter uma postura de trabalho impecável, mas muitas vezes, por dentro estamos repletos de inseguranças e incertezas. Procuramos alguém para conversar mas tememos que aquilo que for dito possa ser entendido como fraqueza em nossa postura. Vivemos presos em arcabouços, com medo de nos expressar e bloqueamos sentimentos, vivendo culpas, mágoas e muito egoísmo.

Há que se abordar a completude do ser, intelectual e emocional. Foquemos na Casa Espírita. Precisamos estar atentos a novas metodologias. De nada adianta saber todos os assuntos referentes ao Espiritismo se não conectarmos este saber à nossa vida emocional.

Criar dentro do programa curricular espírita aulas específicas sobre medo, tristeza, alegria, amor, raiva que são emoções primárias e instintivas, mas que são os fios condutores de nossa vida mental.

Ramificando ainda mais podemos abordar angústias, inseguranças, vaidade, perfeccionismo, solidão, carências e tantas outras emoções, que quando bem abordadas e vividas levam o ser ao seu equilíbrio mental e a muitas curas do espírito.

Não esquecer que tarefas espíritas não substituem o aprendizado da superação de nossos impulsos reeducacionais no lar, na vida pública, na escola, na empresa e em quaisquer ambientes sociais.

Ensinar corretamente e principalmente viver estes sentimentos, deve ser o objetivo, pois de nada adianta sermos aplicados no trabalho, na doutrina, mas se não aplicamos em nós mesmos os objetivos transformadores da proposta espírita-cristã.

Reforçam-se estes procedimentos com Kardec que foi brilhante em conceituar: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas inclinações más. ”

IRENE WENZEL GAVIOLLE

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