ONDE DEPOSITAMOS A NOSSA FÉ

Se a gente desligar a TV, se desconectar um pouco da internet e dar uma volta por aí, vai conseguir ver muita coisa boa acontecendo . Regina vive fazendo isso.

Há algum tempo atrás fiz um trabalho que tinha como tema “Por onde anda a nossa fé”.

E o texto deveria discorrer sobre uma passagem da Bíblia onde Jesus questiona seus discípulos em meio a uma tempestade porque eles estavam com medo.

E a partir daí no Evangelho Segundo o Espiritismo que cita essa passagem nos fala dos diversos “depósitos” possíveis para a nossa fé. Deus acima de todos é claro, depois nos ensinamentos da doutrina e por último, a fé que devemos ter em nós mesmos e em nossos irmãos.

Foi uma reflexão muito produtiva, mas ultimamente meus olhos tem buscado onde nós depositamos verdadeiramente a nossa fé. Nesses dias tão conturbados, eu desviei meu olhar de tudo o que tem sido publicado pela mídia em geral. Como jornalista, fico imensamente chocada com a falta de responsabilidade de alguns na divulgação dos fatos de forma tão tendenciosa. Lembro muito do professor chato de ética. Deve estar com uma úlcera enorme!

Mas… voltemos ao que interessa. É claro que não me desconectei de tudo porque é muita irresponsabilidade. A doutrina ensina isso também, estamos inseridos nesse contexto, nesse aqui e agora de expiação e de provas. Não dá pra vestir uma bata de saco de aniagem, lançar mão de um cajado, subir a um monte e dar um “Dane-se” pra tudo porque afinal, esses acontecimentos estão comprometendo a nossa paz.

Eu comecei a olhar mais detidamente para as pessoas. Já olho, e muito até. Adoro o ser humano. Tentar saber o que os move. Mas com um olhar direcionado. Só agora escrevendo esse texto me dou conta do que eu estava realmente buscando. Estava, e continuo tentando saber onde as pessoas que trabalham de forma incansável para melhorar o mundo depositam a sua fé. Só as pessoas. Nada de olhar instituições, ONGs, nada disso. Não estou desmerecendo o valor delas não, mas meu olhar busca os indivíduos.

E eu consigo ver pessoas que me enchem de alegria e esperança. Ligadas a vários tipos de religiões que às vezes professam alguns conceitos que nós espíritas que somos, sabemos que são meio equivocados, mas que fazem coisas ótimas pelo próximo. Ajudam, cuidam independente de sua religião, filosofia, ou do regulamento da instituição na qual trabalham.

E aí que surgiu essa reflexão: todos sem exceção sabem bem lá no fundo que essa existência é só uma parte do caminho, que o fato de termos nosso jeito próprio de depositar a nossa fé em livros, códigos, pastores, mentores, realmente não interessa. Todos no fundo sabemos que Deus é Único e é Para Todos Nós. Que somos centelha divina seja qual for o caminho que usarmos pra chegar até ele. Que a caridade ampla, que é aquela de prover o outro principalmente de tolerância e amor é a que vai nos sinalizar o ponto de chegada.

Que todos nós sem exceção, teremos Jesus de braços abertos nos esperando lá no final quando finalmente conseguirmos entender o significado simples, mas profundo contido nas suas palavras “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

Regina Fagnoli

                                 

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