Quantas vezes, em situações de angústia, abrimos ao acaso um livro em busca da mensagem consoladora. E ela vem ao encontro das nossas aflições, nos demonstrando que a espiritualidade está ali nos escutando e nos amparando. A emoção nos domina nestes instantes em que percebemos que não estamos sós. Os nossos desafios não têm que ser vencidos em solidão, mas em comunhão com os amigos espirituais que ouvem as nossas preces sinceras e conhecem as nossas intenções, muitas vezes, melhores do que nós mesmos.
Ao lerem os nossos pensamentos, apesar de, muitas vezes, não poderem nos falar diretamente, encontram nas psicografias e nas milhares de mensagens já escritas aquela que fala ao nosso coração.
Às vezes nos pegamos sem respostas. E, muitas vezes não as temos mesmo, dentro do nosso repertório limitado pelas constrições da carne. Mas o espírito que é livre pode buscar na sabedoria do Universo a resposta aos seus questionamentos mais duros.
Muitas das respostas já foram escritas nas mensagens psicografadas por companheiros dedicados que, graças à disciplina autoimposta, se dispuseram a dedicar algumas parcelas do seu tempo ao consolo de pessoas que desconhecem. Gratidão a eles, mais ainda do que aos mentores que não teriam com quem falar se não houvesse médiuns que os quisessem ouvir e registrar as notas e mensagens da espiritualidade.
Lembremo-nos de que mesmo Kardec, por ocasião da assunção do compromisso com a Codificação do Espiritismo, preocupado com a sua subsistência material indaga aos Espíritos se estes o ajudariam. Transcrevo aqui a resposta dada ao Codificador no livro Obras Póstumas, capítulo terceiro da segunda parte, no item Meu guia espiritual, em comunicação de 09 de abril de 1856: “Neste mundo, a vida material importa muito; não te ajudar a viver, seria não te amar”.
Não duvidemos em nenhum momento do concurso benéfico da espiritualidade amiga.
Dediquemo-nos, também à tarefa do intercâmbio, reservando alguns minutos do nosso dia tão atribulado à sintonia com os mentores espirituais, sabendo que não fazemos apenas por nós mas, sobretudo, em prol daqueles que ainda nem sabem que um dia, precisarão daquelas páginas abertas ao acaso.
GLAUCIA SAVIN