Na correria do dia-a-dia nunca paramos para pensar como reagiríamos a um problema de saúde que nos tirasse de circulação, literalmente. Paulo nos conta a sua experiência nesse texto tão bonito!
“As vezes é preciso que o corpo esteja enfermo e deitado para que o espírito comece a se levantar. ” J. Grosso
Tendo vivenciado recentemente, a experiência de uma estadia hospitalar para cuidados com a saúde do corpo, posso falar da importância desses momentos em relação a compreensão dos verdadeiros valores da vida.
Lições estas não possíveis quando usufruímos de saúde plena do nosso organismo.
Preso a um leito, com movimentação reduzida ou nenhuma, tomamos consciência do valor da movimentação livre e espontânea que usufruímos no dia a dia.
Muitas vezes reclamamos da necessidade de alguns gestos como caminhar alguns passos, abaixar-se, erguer-se, movimentar os braços, mexer-se na cama, espreguiçar-se no sofá etc. etc. e quando privados desses movimentos é que sentimos sua falta.
Nossos olhos percorrem o ambiente à nossa volta, muitas vezes limitado ao teto que olhamos fixamente, buscando entender o porquê de estarmos ali, chumbados àquele leito, maca ou cadeira.
O anestésico nos propicia períodos de relativo bem-estar, mas… que saudades dos momentos, quando podíamos interagir com nossa fala, nossos movimentos físicos naturais dos quais agora estamos privados.
Aprendemos que pequenos exercícios como erguer lentamente uma ou as duas pernas, um braço, o pescoço, ou os mais leves movimentos dos pés e mãos são preciosidades, as quais nunca demos importância.
Ao sorvermos um copo d’água que nos é levado aos lábios rememoramos as incontáveis vezes que assim o fizemos sem a devida consciência do seu valor.
Recordei por mais de uma vez as palavras de Marcelo Rubens Paiva em seu livro Feliz Ano Velho, quando nos fala sobre o suplício, de contar milhões de vezes os parafusos de um acessório pendurado no teto acima de sua cabeça, pois dali imóvel em seu leito era a única visão que tinha.
Cheguei então a conclusão: Nada é mais valioso no mundo do que a saúde e os benefícios dela decorrentes!
Se você, algum dia precisar passar por esta experiência por pequena que seja, deixo as seguintes recomendações:
– Aceite a dor e o desconforto como fase importante em sua vida;
– Tire da experiência as lições a serem aprendidas;
– Só reclame se você estiver certo de que a reclamação é justa;
– Pense que nenhum hospital, mesmo o mais famoso é um hotel de luxo;
– Trate bem os que cuidam de você; eles não têm culpa por você estar ali;
– Siga as orientações médicas mesmo não estando de acordo;
– Peça orientação sobre o que tiver dúvida; é seu direito saber;
– Limite ou peça que limitem suas visitas se não estiver bem ou disposto a recebe-las:
– Não faça exigências sobre alimentação; o importante é recuperar a sua saúde;
– Leia um bom livro ou peça que leiam para você;
– Se ligar a TV, selecione o que vai assistir; você precisa de muita paz neste período;
– Ligue-se a Deus através da oração e dos bons pensamentos;
– Busque ouvir mentalmente teu protetor ou teu anjo de guarda;
– E finalmente:
– Ao ouvir as sonoras e esperadas palavras do seu médico:
– VOCE ESTÁ DE ALTA!
Sorria e prometa a você mesmo que não fará mais aquilo que te levou ao hospital!
Saúde e paz sempre!
Paulo Ribeiro