Esse é o título do livro psicografado por Wanderley Oliveira pelo espírito Ermace Dufaux.
Nós espíritas temos a consciência de que nada que nos acontece é por acaso, que a sementeira é facultativa, mas a colheita obrigatória, que toda causa tem um efeito, se não a encontramos nessa vida por certo está nalguma encarnação passada.
Temos a convicção da fé raciocinada de que tudo tem “um por que” e “um para que” e que somos os únicos responsáveis por todas as situações aflitivas ou de benesses, por isso é relativamente frequente nos autopenalizarmos e enveredarmos nas sendas do remorso e da culpa diante dos desafios que a vida nos apresenta. Essa atitude nos fará estacionar ao invés de progredir na construção do autoconhecimento, na substituição de vícios e defeitos por virtudes que temos por objetivo na reforma íntima.
Há um ditado popular que diz “não adianta chorar sobre o leite derramado“, que significa não valer a pena lamentar algo que já passou. O que fazer então? Enfrentar as consequências com aceitação, resiliência e principalmente com autoamor.
Por isso Jesus nos disse para “amar a Deus e ao próximo como a si mesmo”. O amor a si mesmo é a ponte que nos permite um trânsito harmonioso desde a inteligência até os sentimentos no desenvolvimento das asas do amor e da sabedoria.
Como podemos trilhar o caminho do “fora da caridade não há salvação” sem nos amarmos? Ninguém dá o que não tem, nem mesmo amor
O amor consigo é a garantia mais sólida no desenvolvimento do amor legítimo ao próximo e à Deus. O exercício do autoamor é capaz de criar uma vida mais leve e de paz, é fonte geradora de saúde e bem-estar.
Lembremo-nos das palavras de Santo Agostinho quando nos convida, na questão 919a de O Livro dos Espíritos, para passarmos em revista o que fizemos naquele dia e buscarmos, no dia seguinte, reforçar o que é bom e corrigir o que fizemos em desacordo com a Vontade Divina. Seguir adiante, ser melhor a cada dia.
Como nos ensinou Chico Xavier “você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas você pode começar agora e fazer um novo fim”.
Deus não nos cobrará, ou melhor nossa própria consciência não nos cobrará perfeição, mas o melhor que pudermos fazer enquanto não tivermos condições de fazer melhor ainda – frase do filósofo Mário Sérgio Cortella “Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!”
Por isso remova a culpa, o remorso, o martírio da autopunição de sua vida substituindo-os por autoamor, ame-se. Somente amando-se será possível amar à Deus e ao próximo.
Replico aqui a reflexão do espírito Ermace Dufaux:
“Sem alimentar fantasias de saltos evolutivos, dê um passo atrás do outro.
Sem ansiar pela grandeza das estrelas, ame-se na condição de singelo pirilampo que se esforça por fazer luz na noite escura.
Faça as pazes com suas imperfeições.
Descubra suas qualidades, acredite nelas e coloque-as a serviço de suas metas de crescimento, essa é a fórmula da verdadeira transformação”.
Fatima Fagnani