O desafio da “Baleia Azul”. Todos ouviram essa expressão ultimamente e tudo o que foi dito finalmente promoveu uma reflexão sobre o suicídio. Um tema considerado tabu que chegou a níveis tão alarmantes que não dá mais para fugir do assunto. O Espiritismo nos esclarece sem alarmismo. O artigo de nossa amiga Norma pode ser um ponto de partida para começarmos a conversar sobre isso.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, o Brasil é o oitavo colocado no mundo no quadro de suicídios. Em primeiro lugar está a Índia, seguida da China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.
A OMS adverte que a solução para reverter esse quadro é a prevenção. A questão é tratada, sob o ponto de vista da saúde, como uma doença, sem qualquer relação com o aspecto religioso.
Afinal, 90% dos casos provêm de transtornos mentais, como depressão, esquizofrenia, transtornos bipolares, dependência química (álcool e drogas).
No Brasil, morrem por suicídio de 20 a 30 pessoas por dia! Apesar de os dados serem alarmantes, evita-se a divulgação porque se entende que a publicação pode estimular outros casos.
Embora se entenda a política de não-divulgação, convivemos com a desvantagem de não termos como enfrentar o problema tão grave abertamente. Em razão disto, assistimos estarrecidos, nossos jovens aderindo a jogos mortais, como a “baleia azul”.
O que fazer?
A primeira reação sempre é prestar atenção e não duvidar das intenções de quem tenta se suicidar. Essa é a postura defensiva daquele que vai ter que lidar com o problema. Tenha coragem e compaixão. Por isto, o primeiro conselho: não duvide nunca. Quando alguém apresentar tendências ou indicar que pode suicidar-se, escute. Pode ser verdade.
Não censure ou julgue aquele que se dispõe ao suicídio. O acolhimento e o entendimento são fundamentais. Amor e compaixão fazem parte do tratamento, além do necessário apoio médico psiquiátrico e psicológico.
Procure mostrar à pessoa que ela não está só. Encontre palavras de elogio sincero às qualidades, buscando encorajar a pessoa que sofre. Diga mesmo: – Você não está só!
Explique que a vida é uma dádiva e que podemos mudar nossa sintonia por meio dos nossos pensamentos.
Sabemos que a pessoa em foco, por meio de seus pensamentos, atraiu outros espíritos também perturbados e necessitados. Eles também precisam de acolhimento e tratamento, por meio da oração sincera e do auxílio espiritual.
A conjugação do tratamento médico, psicológico e espiritual podem auxiliar bastante.
E o que acontece se tudo isto não der resultado?
Muita gente pergunta o que acontece quando o suicida ingressa no plano espiritual, mas não há uma só resposta. Cada caso é um caso e tudo irá depender do grau de entendimento e do conhecimento de cada um.
Todas as religiões condenam o suicídio. O Espiritismo condena a prática, não o seu autor. Oramos e rogamos ao Pai que estes sejam capazes de compreender a extensão do ato que praticaram contra si próprios.
Porém, isto não nos exime da reflexão necessária sobre o nosso próprio comportamento diante do suicida: tenho coragem e compaixão para ouvir e abraçar estes irmãos sem censura?
Norma Cordeiro