Norberto Gaviolle
Se você é uma dessas pessoas que acha que a tecnologia pode influenciar negativamente o progresso moral da humanidade, te convido a ler o texto do Norberto.
Desde sempre o homem tem buscado na natureza os materiais necessários para obter mais conforto e melhor condição de vida.
No início da civilização, atuava unicamente como coletor, ou seja, se utilizava dos frutos que pegava do chão e dos animais que caçava, para saciar a fome. Ele era nômade por natureza, pois quando o alimento escasseava numa região ele ia para outra, sempre buscando comida. Era um ser tremendamente egoísta.
Alguns indivíduos com uma percepção maior perceberam que, certos grãos ao serem plantados dariam alimentos naquele local, com isso iniciaram o processo de plantio num determinado lugar.
Por outro lado, também perceberam que se alguns animais fossem domesticados e confinados, eles teriam carne ao seu alcance, sem ter que sair para caçar. Como eles passaram a ter o alimento à sua disposição onde eles quisessem, construíram o seu abrigo dando origem às moradias dentro das áreas produtivas chamadas de propriedades.
A união dos processos de plantio, de confinamento dos animais e da construção da moradia transformaram esses homens em produtores, ou seja, sobreviviam com o resultado do seu trabalho. A partir daí, duas classes de humanos se formaram: os coletores e os produtores.
Quando os coletores perceberam que havia alimento farto na propriedade dos produtores, passaram a atacar essas propriedades em busca de alimento, se apossando dos bens aí existentes, inclusive com violência sexual, não respeitando o trabalho realizado pelos produtores, nem os seus familiares.
Por incrível que pareça, ainda hoje temos um grande número de coletores, que na nossa sociedade são denominados de ladrões, desde os de colarinho branco que se apossam de vultosas quantias, ao mais simples que roubam para sustentar um vício, e os estupradores que aproveitam de outros humanos, para satisfazerem suas necessidades instintivas. Os atuais coletores são definidos por Joanna de Angelis, como os imaturos espirituais.
O comportamento agressivo e sagaz dos coletores praticando atos considerados imorais gerou a necessidade de educação e do desenvolvimento da consciência nesses indivíduos acomodados.
Esse processo educacional é lento e de difícil aceitação. Daí o surgimento das leis sociais que coibiam esses abusos, e das religiões que na maioria das vezes ensinavam pelo medo do pecado, regras de boa conduta social.
Um fato repetitivo é que todos os atos ilícitos são praticados às escuras e não temos conhecimento do que acontece longe dos nossos olhos.
O desenvolvimento intelectual nos leva ao domínio da matéria, onde o ser inteligente ou Espírito, consegue converter arroz, feijão e batata em corpo humano, minério em foguete, um monte de componentes em smartphone, e dar comodidade ao Espírito encarnado.
Por outro lado, o desenvolvimento moral nos leva à melhora das relações sociais para aprendermos a fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fizessem. Esses dois processos se dão através da troca de conhecimentos: quem sabe ensina quem não sabe.
Hoje temos uma sociedade ainda dividida, mas cuja tendência é de união e respeito mútuo, e a tecnologia contribui no processo como um todo, tanto na melhoria do desenvolvimento intelectual, quanto na transferência de conhecimento moral.
Uma das características do ser humano é ter orgulho, e esse mal, instintivamente nos levará ao bem, pois qualquer indivíduo exposto a um escândalo busca se resguardar por medo ou vergonha, pois ele espírito, tem consciência relativa dos atos que pratica.
Tempos atrás, as informações eram difíceis de serem transmitidas, as falcatruas passavam despercebidas. Para adquirir cultura tínhamos que nos deslocar até a escola, muitas delas de difícil acesso, ir à biblioteca, aguardar o jornal do dia seguinte para se inteirar das notícias, que eram tardias e sem vida. O trabalho era pesado, pouco produtivo, de difícil traslado.
Hoje podemos trabalhar de nossa casa, fazer cursos à distância, a escola está dentro do nosso celular, o Google responde às nossas dúvidas; as máquinas automatizaram a produção e realizam o serviço braçal repetitivo. Concomitantemente, a internet nos coloca em contato instantâneo, com o fato, as câmeras de vigilância se tornaram os olhos do mundo, os eventos instantaneamente tem vida, a transparência possibilitada pelos computadores e sistemas de controle, desmascaram as atividades ilícitas.
A exposição se torna evidente, e se essa exposição for imoral, o transgressor será o foco das atenções aos olhos da crítica induzindo-o a repensar sua transgressão, por vergonha ou orgulho ferido.
Como descrito em Prolegômenos no O Livro dos Espíritos: Os espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de Sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
E você concorda que a transparência resultante da tecnologia acelerará o desenvolvimento moral da humanidade?
Discuta isso com seus amigos.
