Você, assim como todos nós, vez ou outra se pega sentindo culpa por achar que está sendo materialista demais buscando progresso e realizações profissionais? Lendo este texto do Passarinho, você com certeza vai se lembrar dos ensinamentos da doutrina que nos diz que o progresso faz parte da nossa trajetória enquanto espíritos e que temos o conhecimento necessário para fazer bom uso de tudo que ele pode nos trazer.
JOSÉ RODRIGUES PASSARINHO
Todos nós temos projetos pessoais. Alguns são puramente materiais, pela nossa necessidade e também pelo desejo de prosperar. Alguns espíritas se questionam nesse momento: esse projeto pode significar uma mudança grande, deixar para trás amigos, parentes, abandonar tradições e muitas vezes sair do centro onde há trabalhos sob nossa responsabilidade e tudo isso por um objetivo material. Seria esse um plano válido? Não seria o egoísmo falando mais alto?
Mudança é o sobrenome do nosso planeta. E se ficarmos presos a tradições e ao passado, não vamos conseguir mudar. E, sem mudanças, ficamos presos à mesmice, sem progresso.
O motivo é material? Oras, estamos em um mundo material. A matéria é maravilhosa. Sem ela, não evoluímos espiritualmente. Bem usada, ela nos leva ao progresso. Mal utilizada, é verdade, ela nos prende a Terra.
A escolha (e a responsabilidade) é nossa. Como todo recurso que temos, o bom uso traz benefícios e o mau uso traz prejuízos e… Dívidas!
Mas o Pai é bondoso e nos dará todas as oportunidades necessárias para seu resgate, em futuras reencarnações. E, mais bondosamente ainda, levará em conta todo o bem que porventura tivermos proporcionado no caminho.
A busca pelo progresso pessoal, se levar em consideração a caridade, a solidariedade, o auxílio ao próximo, é totalmente válida e necessária.
Sem a ambição do empresário, não há empregos. Sem o desejo de controle e a capacidade de negociação do político, não há gestão de cidades e de países.
A matéria é a ilusão que nos impulsiona ao movimento, à busca, à mudança.
Esse impulso, essa busca, nos leva a experiências.
Essas experiências forçam nosso intelecto e nosso espírito. É assim que vamos cumprir nosso objetivo de crescer intelectual e moralmente.
Nessas horas eu me lembro do capítulo “As Bandeiras”, do livro “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, de autoria do espírito Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier.
Nele, o Irmão X conta que Ismael arregimentou espíritos que teriam como tarefa descobrir o ouro no sertão do nosso país, para desbravar e criar povoados, por meio das Bandeiras. Fernão Dias, ainda espírito, pergunta ao protetor do Brasil: “o que faremos com o ouro, se no mundo ele é a causa sinistra de todas as lutas e o demônio de todas as ambições?”.
Ismael, em toda a sua bondade, esclarece que “Procurando a grandeza ilusória do ouro, edificareis as cidades novas, fomentareis a pecuária e a agricultura, desbravando caminhos inóspitos em favor de outras almas.”.
Fernão Dias foi atrás de esmeraldas. Não as encontrou. Encontrou turmalinas, que ele acreditou serem as pedras que tanto buscava. Sofreu muito pelo caminho. De males físicos a males morais. E nessa busca colaborou decisivamente para a criação do estado de Minas Gerais e muitas cidades que surgiram nos seus caminhos.
Portanto, vá atrás das suas esmeraldas. Sejam elas materiais ou espirituais. Se a intenção é boa, se o espírito está atento à sua evolução, vá em frente. E construa cidades felizes pelo caminho.