VAMOS REFLETIR SOBRE O AMOR?

Etimologicamente, o termo “amor” surgiu a partir do latim “amor”, palavra que tem justamente o mesmo significado que atualmente: sentimento (construção) de afeição, paixão e grande desejo.

Assim, o substantivo “amor” dá origem também ao verbo “amar”, que representa a ação do indivíduo que sente esse amor, estabelecendo uma relação entre o sujeito que ama e o objeto amado.

Definir o que é o amor não é uma tarefa fácil, pois para cada pessoa, o amor pode representar algo diferente. Será!? Não será o amor algo universal? Um estado a ser atingido!?

É tão importante amar que o Evangelista João na primeira epístola do novo testamento afirmou que “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele”. Então, quando pensamos em Deus, pensamos no amor sem sequer ter a clara noção do que é esse estado perene de ser amor que se manifesta de multiplicadas formas.

Dentro dos hábitos corriqueiros do mundo, nós pensamos no amor como relacionamento conjugal, fraternal, afetivo, mas ele não é só isso, pois que Jesus nos recomendou até amar os inimigos.

Na espiritualidade expandimos o amor para o estado de 1) esquecer de si mesmo e se desdobrar em amor ao próximo através da compaixão, da caridade que é o amor em movimento e 2) conexão que buscamos com o Pai e chamamos de devoção. Desta forma chegamos ao primeiro e maior mandamento de Jesus ‘amar a Deus e ao próximo como a si mesmo’… então, não pode ser um substantivo, uma ação, um sentimento, um elo afetivo apenas, mas sim, uma forma de viver.

O amor deve ser uma forma de viver em que na minha conexão diária eu rogue ao Pai por 1) clareza aos pensamentos, que remova de mim aqueles que não sejam pautados no bem 2) sua proteção para que eu veja o que preciso ver 3) seu cuidado para que meus ouvidos ouçam o que é necessário escutar e 4) zelo para que tudo que saia de minha boca nesse dia sejam palavras de bençãos, que eu não machuque ninguém com minhas palavras e, encerro pedindo à Deus que tudo que eu pense neste dia, veja, ouça e fale venha do meu coração – órgão que figurativamente relacionamos como sendo a morada do amor.

Se é através dos sentidos que me relaciono com o mundo, toma-se assim uma necessidade de que tenham sua base no amor, pois só assim minhas atitudes e ações para comigo mesmo e para com o próximo, sendo ele qualquer ser vivente estejam pautadas no amor sem a necessidade de ter sido construído um elo afetivo. O amor se torna um estado que envolve todo o ser em suas relações, quaisquer que sejam e temos aí o verdadeiro significado de ‘amar a Deus e ao próximo como a si mesmo’.

Busque estar sempre nesse estado de união com o que há de mais sagrado em si e você jamais estará separado de Deus, como a onda que não é separada do oceano.

Você sempre estará unido à Deus, em amor. Sinta essa constante união e viva esse estado.

Para encerrar cito aqui um fato interessante que ouvi de um “pajé” indígena norte americano da tribo Lakota que disse que na língua deles não há uma palavra para falar sobre amor, porque o amor para eles é para ser transmitido por ações e não falado.

Creio então que existe uma maneira de viver tudo que acontece em mim e ao meu redor sem perder a conexão com esse amor interno e isso ocorre quando verdadeiramente esqueço de mim e vou em direção ao próximo ao ponto de dizer ‘já não sou mais eu que vivo, é cristo que vive em mim” Gálatas 2, 20.

FATIMA FAGNANI

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